Seu treinamento é cringe?
Há alguns dias fui apresentada a uma nova palavra: CRINGE, um termo usado pela Geração Z (GenZ), para descrever tudo o que os Millennials fazem que gera VERGONHA ALHEIA.
A lista inclui hábitos como: usar emojis, falar de boletos, falar de Friends, usar calça skinny, usar Facebook, tomar café da manhã… (a lista parece não ter fim).
O tópico tomou as redes sociais e não demorou muito para aparecerem “testes” para avaliar seu nível de vergonha alheia, como esse aqui do UOL Você é Cringe?
Tá passada?
Confesso que eu fiquei. Afinal, como alguém pode achar café da manhã supervalorizado? E falar de boletos então… se essa geração acha “cringe” falar de boletos, imagine quando eles começarem a pagá-los hahahaha (acabei de entregar que sou cringe, porque GenZ não ri com “rs”, nem “haha”).
Após me recuperar do baque de me sentir velha, parei de tentar lutar contra o conflito de gerações e decidir enumerar as VERGONHAS ALHEIAS DO TREINAMENTO.
Isso mesmo, não importa se você é GenX, GenY, GenZ ou até da Alpha, existem algumas práticas que não combinam com nenhuma experiência de aprendizagem.
Então pegue seu post-it – em papel ou virtual – e anote aí:
Apresentações Cheias de Texto
Santa Dua Lipa, não tem quem se engaje vendo aqueles slides carregados de texto e descarregados de vida.
Se você criou uma apresentação que não precisa de um apresentador / facilitador, você não criou uma apresentação, mas sim um DOCUMENTO.
“Hum, debochada ela né?”
Deboche nada, é técnica! Se liga na regra do 6 x 6: um bom slide, tem até seis tópicos / frases de até seis palavras.
E nada de sair colocando bonequinhos brancos e sem graça na apresentação, se joga no Canva e no SlidesGo para pegar algumas apresentações profissionais pré-formatadas.
Exposição Dialogada (ou como eu prefiro chamar: “fala que eu NÃO te escuto”)
O ano é 2021, o WhatsApp liberou a opção “acelerar o áudio” e você acha mesmo que a galera vai te ouvir por 2 horas seguidas? #SQN
Aprender é colocar conhecimento para fora e não pra dentro. É fazer, sentir e envolver-se. É descobrir e redescobrir. É troca e não transmissão!
Por isso jogue fora aquele “professor primário” que existe em você e abrace a facilitação, o acolhimento, a provocação. Se prepare para falar no máximo 30% do tempo e inclua METODOLOGIAS ATIVAS na estratégia do seu treinamento.
Alguns caminhos alternativos são utilizar Estruturas Libertadoras e ferramentas de interação como o Mural, Kahoot e Edupulses.
Dinâmicas de Apresentação Pessoal
Calma que eu explico. As dinâmicas de integração são essenciais para quebrar gelo e conectar o grupo, porém quando elas veem naquele formato onde cada um deve fazer uma “breve” apresentação viram um tédio.
São 2 horas de “eu sou fulano, tenho 10 anos de empresa, comecei pela área tal, hoje estou na área tal, eu sou assim, sou a Univer…” É não rola, né?
Para fugir dessa furada, você pode investir em check-ins mais rápidos como o apoio do Mentimeter
Foco no Conteúdo
Epa, epa, epa! Conteúdo é importante? Sim, é! Porém, tem em abundância na internet, livros, podcasts e grupos de WhatsApp.
O foco de todo o treinamento é na experiência do aprendiz, na construção de um ambiente propício para que ele, a partir da troca, interação e do conteúdo, possa produzir seus próprios insights, conclusões e quebrar seus paradigmas.
Se seu treinamento está com o foco no conteúdo, sinto lhe dizer que você é cringe 😛
Bônus: “Vocês estão vendo a minha tela?”
Tá aí uma frase que me causa ranço.
Sim, todos estão vendo a sua tela e você saberia disso se entrasse com dois dispositivos para ter a visão do seu participante ou mesmo ficasse atento aos sinais das ferramentas (no Teams, a tela quando compartilhada, fica com contorno vermelho e no Zoom é precedida da mensagem “todos podem ver seu aplicativo”.
Agora é com você: o que te causa “vergonha alheia” nos treinamentos? Comenta aí para atualizarmos a lista!