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// janeiro 11, 2022

Aprendizados da Facilitação Online – Parte II (a saga continua)

Há alguns meses, compartilhei por aqui os aprendizados obtidos na saga de transformar meus treinamentos – e mentalidade – do presencial para o remoto. Caso você não tenha visto pode conferir por aqui: Parte I

Não foi e nem tem sido fácil, mas aos poucos feedbacks como “apaixonante”, “transformador”, “inovador”, “provocador” têm se multiplicado à medida que o “medo” do novo tem sido substituído pela “curiosidade”.

Como? Por meio de uma combinação de humanidade aumentadaferramentas e muita sensibilidade para adaptar, transformar e ajustar a abordagem a cada perfil de turma.

O que mais eu aprendi?

1) A forma como você começa faz toda a diferença – Coloco música em todos os treinamentos durante o início (período de espera) e break. Essa atitude super simples atrai a atenção, reduz a ansiedade, gera bem estar e melhora – e muito – o clima. O ambiente se torna mais convidativo, com “mais calor”. Como normalmente a jornada tem mais de um dia, a playlist começa a gerar expectativa e tem participante que começa a entrar antes na sala, só para conferir a escolha do dia.

2) Em terra de Live quem sintetiza é rei – A quarentena tem trazido uma grande carga – emocional e de trabalho – para todos os participantes. As pessoas estão cansadas, as agendas sombreadas e o nível de infoxicação é enorme. Nesse contexto, ser capaz de sintetizar, ir direto na dor e gerar interações, provocam muito mais efeito do que teorias nababescas. Vale muito mais uma interação de 2 horas, intensa e bem organizada, do que um dia inteiro arrastado.

3) Se prepare, a internet vai cair – Esse tópico é autoexplicativo. Parece uma praga, a internet funciona o dia todo, mas na hora que vai começar a interação ela cai. Aceita, dói menos, respire, reinicie e tenha uma internet de backup (sim, ela também vai cair, mas pelo menos você tentou). Outra dica é ter um co-facilitador ou eleger um participante para atuar como, assim ele “segura” a turma enquanto você reconecta.

4) Menos é mais – Interações menores, com menos pessoas e com menos diversidade de ferramentas geram mais calor e construção coletiva do que salas lotadas, com 8 tipos de ferramentas diferentes. Minha sugestão? Turmas com 12 pessoas, conectadas durante 2 ou 3 horas e com apoio de duas ferramentas (interação + cocriação), parece mágica!

5) As ferramentas perdem o brilho, a empatia não – O uso de ferramentas de apoio provoca um “efeito UAU” no treinamento remoto. Há diversas opções (na minha última curadoria cheguei a mais de 20 possibilidades), porém, sozinhas elas não fazem milagre. O frisson reduz a medida que a novidade passa e são as habilidades humanas – como empatia e criatividade – que verdadeiramente geram conexão com os participantes. Então, antes de sair sendo “o louco da ferramenta”, respire, abra espaço para escutar os participantes e entenda quem é seu público para selecionar o melhor kit “humanidade aumentada” para seu treinamento.

6) As pessoas querem ser ouvidas, não apenas ouvir – É impressionante como os treinamentos feitos pelo Zoom (que possui salas virtuais simultâneas) são diferentes dos ocorridos no Teams ou Meet. As pessoas querem ser ouvidas, querem ter espaço de fala, querem ser percebidas e essa funcionalidade responde bem a essa necessidade. Sim, dá para fazer uma “gambiarra” via Canais do Teams e WhatsApp, mas não é tão fluída. A nós resta torcer pela atualização das ferramentas e separar mais espaço para a fala dos participantes 😉

7) Falta muito o que aprender – Ainda estou longe do meu sonho – costumo brincar que desejo ser “a Marília Mendonça da educação corporativa“, em uma alusão a capacidade que os cantores têm de manter as pessoas conectadas por 4 a 6 horas, felizes e engajadas, porém, enquanto isso não acontece, continuo aprendendo e compartilhando o que aprendi.

E vocês? O que já aprenderam e quais caminhos recomendam para construirmos uma nova realidade na educação corporativa?

Até a próxima!